TIMÓTEO – O Centro de Alimentação Saúde e Trabalho (Cenast) com sede em Timóteo, que já chegou a distribuir comida a 150 pessoas carentes do município por dia está correndo o risco de fechar as portas por falta de alimentos para o preparo da alimentação. De acordo com o presidente da entidade, José Quintino da Silva, de 70 anos, a entidade funciona há 26 anos. Todavia, há cerca de quatro meses, a Prefeitura do município está enviado alimentos estragados ou em mau estado de conservação à instituição. Desta forma, o número de quentinhas distribuídas à população carente reduziu consideravelmente de 150 para 50 refeições diárias. “Da última vez, os pacotes de macarrão estavam com cheiro forte de veneno utilizado para matar pulgas. Dos alimentos enviados pela Prefeitura, o único alimento que está sendo aproveitado é o feijão”, revelou José Quintino.
De acordo com o presidente do Cenast, a entidade sobrevive com verba enviada pela LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) de Belo Horizonte. Contudo, o repasse é feito à prefeitura, que fica responsável pela compra dos alimentos. “Tivemos a informação de que R$ 17 mil eram disponibilizados mensalmente para a manutenção do Cenast e de outros três estabelecimentos que fornecem comida a andarilhos e pessoas carentes do município. Contudo, desde que a administração da cidade mudou apenas a nossa entidade continua prestando o serviço. Não sabemos o que está sendo feito com o dinheiro, já que a entidade está sobrevivendo com ajuda da Sociedade São Vicente de Paulo e de pessoas preocupadas com nossa situação.
Ainda segundo informações de José Quintino, a Prefeitura não está enviando quantidade suficiente de alimentos. “Antes, os alimentos davam para o mês todo e hoje, não dá nem para quinze dias. além disso, carnes e legumes não estão mais sendo fornecidos”, denunciou.
Procurada pela reportagem do jornal VALE DO AÇO, a assessoria de Comunicação da Prefeitura de Timóteo informou que, desde o início deste ano, os itens encaminhados para a entidade são aqueles que fazem parte de uma cesta básica (alimentos não perecíveis) previstos como benefício eventual ofertado pela Assistência Social e devidamente regulamentado em lei, custeado com recursos próprios da Prefeitura Municipal. De acordo com assessoria, essa modificação aconteceu após entendimentos com o próprio presidente do Cenast.
Conforme a nota enviada, um diagnóstico foi realizado em 2009 e foi constatada a necessidade de repensar o serviço prestado pela instituição. O diagnóstico apontou que a maioria das pessoas que utilizam o serviço recebe outros benefícios complementares de renda: Bolsa Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e outros programas de suplementação alimentar em escolas e creches. Em relação à qualidade do macarrão, o prazo de validade contido na embalagem não havia expirado e na embalagem fechada não é possível observar nenhuma alteração no produto, argumenta a PMT. Mesmo assim, eles foram enviados para o setor de Vigilância Sanitária para serem analisados. Todo o estoque será enviado ao fornecedor para reposição do produto, em caso de confirmação de alguma inadequação, adiantou a prefeitura.
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