Atendimento na UPA será restrito a pacientes de Timóteo

Mecanismo de comprovação de residência será implantado a partir de agosto; Redução de demanda indica mais rapidez e qualidade no atendimento

TIMÓTEO - A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Otávio, localizada no bairro Olaria, passará a exigir comprovação de residência a partir do mês de agosto, restringindo o atendimento aos pacientes do município. Anunciada na tarde dessa terça-feira (5) durante entrevista coletiva, a medida visa resguardar a qualidade dos serviços prestados no local, em função da negativa em repasses estaduais e federais.

Estudo realizado no mês de junho aponta que atualmente cerca de 60% dos atendimentos se referem a moradores de outros municípios, em sua maioria de Coronel Fabriciano. Marliéria, Jaguaraçú, Antônio Dias, Pingo D’água, Ipatinga e Córrego Novo também aparecem na lista. Por outro lado, o custo mensal de aproximadamente R$ 700 mil vem sendo custeado integralmente por Timóteo, mesmo não havendo obrigatoriedade legal para isso. Outro fator preocupante - aponta o estudo -, é que quase 70% dos casos recebidos na unidade correspondem à classificação Verde ou Azul no protocolo de Manchester, ambas consideradas típicas da Atenção Básica, ou seja, de responsabilidade de cada município.

PROBLEMA REGIONAL

“Desde o início do governo, estamos buscando o credenciamento para receber recursos estaduais e federais, o que até hoje não nos foi garantido e não podemos mais esperar. A saúde deve ser tema de um amplo debate regional, onde sejam apresentadas alternativas que não comprometam tanto as finanças de um só município, como é o caso de Timóteo”, declarou o secretário de Saúde Fabiano Moreira.

Também em função de não receber repasses de recursos estaduais ou federais suficientes para manter a prestação de atendimento, o Hospital Siderúrgica, localizado em Coronel Fabriciano, vem enfrentando uma grave crise. Desta forma, a tendência seria de um fluxo cada vez maior caso a UPA continuasse recebendo pessoas da cidade vizinha.

“Temos consciência da grave situação financeira do município, que foi penalizado com a diminuição de repasses estaduais do ICMS e vem assistindo sua arrecadação diminuir mês a mês, ao compasso de 10% em relação ao ano anterior. Esta é uma decisão de governo, pois Timóteo já não pode e nem é obrigado a bancar a saúde de outros municípios. Nosso cidadão é prioridade, e será atendido cada vez melhor”, garantiu o vice-prefeito e secretário de Planejamento e Gestão Marcelo Afonso.

QUALIDADE E RAPIDEZ

“Queremos tranquilizar a população de Timóteo quanto ao atendimento na UPA e dizer que a partir das novas condições que entrarão em vigor, ele se tornará muito melhor. O que vinha acontecendo, e não podemos mais aceitar, é que para os governos Estadual e Federal não somos vistos como UPA e, consequentemente, não recebemos recursos para esse atendimento regional”, explica o secretário de Saúde Fabiano Moreira.

A expectativa é que o atendimento exclusivo aos cidadãos de Timóteo reduza entre 40% a 60% a demanda na UPA, garantindo mais rapidez e eficiência com custos muito menores. Por outro lado, o Hospital e Maternidade Vital Brazil, credenciado ao SUS, continuará sendo referência para o atendimento de urgências e emergências.

PMT